Em época natalícia o vinho ganha importância extra. O nosso país é tradicionalmente vinícola e, para além de ser um dos maiores exportadores da bebida, é também um grande consumidor. No Natal isso é ainda mais evidente. Quem nunca recebeu uma garrafa de presente?
A fama dos nossos vinhos atravessa fronteiras. Recebemos vários prémios que atestam a sua qualidade e (imagine-se!) até o primeiro vinho afrodisíaco tem selo português. Do que não nos podemos orgulhar é de ter o vinho mais caro do mundo. Não, não é francês. Essa distinção ficou entregue aos nossos vizinhos espanhóis.
Por esta altura deves estar a perguntar-te quanto vale o vinho mais caro do mundo. Pois bem, prepara-te. Uma garrafa da série de ouro «Aurum Red» pode passar os 25 mil euros, em Espanha – nos Estados Unidos passou os 45 mil dólares – segundo dados do El País.
Como pode valer tanto um vinho?
A 25 mil euros a garrafa não vais certamente querer desperdiçar uma gota desta garrafa. Ainda para mais, a série de ouro deste vinho resume-se à produção de 300 garrafas anuais, das quais 150 são reservadas a compradores fixos. O valor de cada garrafa resume-se a uma palavra: Ozono
A história deste vinho produzido em Las Pedroñeras, pequena cidade com menos de 7 mil habitantes na região de Castilla-La Mancha, é quase tão rica como o seu conteúdo. Tudo começou com um sério problema de saúde do produtor, Hilário García, em 2004.
Para ultrapassar os problemas de saúde, Hilário recorreu a um tratamento inovador em Madrid que utilizava o ozono. A enfermidade passou e o, até então assessor de empresas, decidiu fazer uma pesquisa mais profunda sobre este elemento químico. Montou um laboratório e acabou por descobrir que o ozono poderia também ser utilizado para controlar pragas em pragas (entre elas, videiras) e surge assim o AurumRed.
Hilário encontrou em Las Pedroñeras o solo perfeito para desenvolver o néctar dos deuses. À qualidade da terra, esterilizada com ozono, juntou a utilização desta substância na água usada para a rega das vinhas. Este processo permitiu proteger o produto da contaminação de agentes externos, permitindo assim que a bebida envelheça adequadamente até ao momento de ser engarrafada.
Há alguém disposto a pagar tanto por uma garrafa?
Hilário garante que quem determina o valor de cada garrafa é o mercado e não ele, afirmando ainda que não faltam clientes para as suas garrafas. 30% da produção é vendida em Espanha ficando o resto destinado a vários outros pontos do globo.
Este tipo de vinho não está ao alcance de todos, mas se esse é o teu caso podes ficar descansado. A adega do senhor Hilário tem uma série de prata muito mais em conta. Bem… mais ao menos. A prima barata da garrafa mais caro do mundo, a série de prata de AurumRed, custa «apenas» mil e duzentos euros.
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